Crescimento na venda de veículos no Brasil afeta toda a América Latina

Crescimento na venda de veículos no Brasil afeta toda a América Latina

Há alguns anos, bastava olhar para as ruas para ver a maior presença de veículos chineses, o que se refletiu nos números de importação de automóveis do gigante asiático, que tiveram um pico em 2013. Mas a partir desse momento, mudou a tendência: caíram 60% das compras para a China cresceram as importações do Brasil, que recuperou seu tradicional primeiro lugar, como mercado de origem. No próprio país os Detrans, como o Detran CE (detrance2020.com.br) chegou a ter um crescimento de até 9% de veículos registrados anualmente.

Um relatório da consultoria PwC analisou este fenômeno: “Quanto à origem dos veículos importados para o nosso país nos últimos seis anos, destaca-se a participação do Brasil em relação a quantidades e valor CIF (sigla que em inglês representa custo, seguro e frete a partir do país de origem ao destino), principalmente se considerados os últimos três anos”.

carro no Brasil

É que, em 2012, se tinham importado do vizinho do norte 7.467 veículos (22,9% do total que entraram esse ano), número que cresceu para 8.836 unidades por ano seguinte (25,5% do total anual) e sofreu uma ligeira baixa até 8.260 em 2014. O salto nas importações ocorreu em 2015, quando entraram para o Uruguai 10.742 carros do Brasil (35,8% do total) e nos anos seguintes, manteve-se a tendência: foram 15.482 unidades em 2016 (57,9% do total) e 17.269 em 2017 (65,4% do total) —dados relativos ao período janeiro-setembro.

Estes números indicam que aderiram 9.802 veículos mais em 2017, que em 2012, ou seja, um aumento de 231% em cinco anos. Em relatório, a Associação do Comércio Automóvel (ACAU), Ignacio Paz mostra que o País que o Brasil começou a oferecer novos produtos ao mercado e conseguiu uma posição “mais competitiva que os veículos chineses”, em especial no segmento de veículos compactos” —do tipo turismo e medição de comprimento de cerca de 4,5 metros, como o Volkswagen Gol ou o Suzuki Celerio— que ao ter uma menor cilindrada pagam menos impostos para entrar no país.

Precisamente nesse nicho era onde os veículos chineses tinham sua o mercado, desde 2008, com um crescimento exponencial nos primeiros anos, depois, com uma população e uma queda nos últimos anos, que permitiu ao Brasil recuperar as taxas de mercado que tinha antes.

Adicionado como fator que incidiu no processo, “o preço da moeda na fonte”, já que o valor do real favoreceu a importação do país vizinho (Uruguai se encareció relativamente relação ao Brasil) de 2015, a data, com exceção dos últimos dois meses e alguns outros do ano passado.

Apesar de que o aumento das importações começou desde antes, Paz também mencionado como relevante o acordo com o Brasil para a liberalização do comércio automotivo, que rege desde janeiro de 2016, que deixou para trás a política de cotas —o setor ficou fora do acesso preferencial quando foi implantado o Mercosul e os países fizeram acordos bilaterais.

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